II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas reafirma força da blogosfera
Lula no II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, neste fim de semana em Brasília, DF
Na noite de sexta-feira, 17, cerca de 500 blogueiros de 21 estados lotaram o auditório da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio para o inicio do II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas, realizado em Brasília. Diferente da primeira edição, quando o eixo central dos debates foi focado na campanha eleitoral presidencial, desta vez, os blogueiros discutiram diversas formas de continuar a luta e o debate por um novo marco regulatório de comunicação que acabe com o oligopólio midiático existente no Brasil e pela efetivação do Plano Nacional de Banda Larga.
Na abertura festiva do encontro, o ex – presidente Lula foi o aplaudido pela maioria, que como convidado mais esperado, parabenizou aos blogueiros pelo contraponto à velha mídia na última campanha eleitoral. “Os blogueiros tiveram um papel extraordinário, mostraram que o povo não precisa mais de intermediário mais na comunicação.” O ex- presidente também criticou o papel dos falsos formadores de opinião e cobrou que a discussão sobre um novo marco regulatório dos setores de comunicação continue em andamento.
Em seguida, o Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, ocupou o lugar de Lula na mesa de debates, e falou sobre a importância e o desenvolvimento do Plano Nacional de Banda Larga. O ministro também disse que os meios de comunicação precisam saber “ouvir críticas”, cobrou a aprovação de lei pelo Congresso que estabeleça o direito de resposta e disse estar finalizando o debate da nova regulamentação. Após o recado direto, recebido pelo ex-presidente, de que “a gente não pode ter medo do debate”, o ministro deparou-se com perguntas como se o governo tem ou não a intenção de propor ao Congresso Nacional um projeto de lei que figure a proibição da “propriedade cruzada” de meios de comunicação, assim como fizeram os governos da Argentina, Bolívia, Equador e Venezuela. No entanto,o ministro respondeu evasivamente, deixando uma verdadeira interrogação no ar.
Brasília – “O pior caminho é a queda-de-braço.” O aviso é do senador Wellington Dias (PT-PI), designado pelos governadores do norte e nordeste para desenhar a nova proposta de distribuição de royalties de petróleo por causa da descoberta das jazidas da camada pré-sal, que se estende pelo litoral do Espírito Santo a Santa Catarina. Em entrevista exclusiva ao jornal DCI, Dias recomendou que os estados ditos produtores, especialmente Rio de Janeiro e Espírito Santo, aceitem a proposta que será apresentada nesta semana por ele e pelo deputado Marcelo Costa (PMDB-PI). Do contrário, será derrubado o veto presidencial ao projeto que retira R$ 9 bilhões do Rio de Janeiro.
Pela proposta, tanto o Rio quanto o Espírito Santo mantêm o valor que recebem atualmente. O adicional será distribuído pelos demais entes federados. “Todo o petróleo em mar pertence à União e, se pertence à União, pertence a todo o povo brasileiro”, justificou Dias.
Quanto a São Paulo, que será um dos grandes polos da produção do pré-sal, o petista aponta que o estado vai receber inicialmente cerca de oito vezes o que recebe atualmente. Acompanhe na íntegra a entrevista concedida ao DCI por Dias.
Como viabilizar, com os estados produtores, um acordo de uma nova distribuição dos royalties?
Creio -e conversei ainda hoje com o governador Sérgio Cabral [RJ] – que o melhor caminho é o diálogo. O pior caminho é a queda-de-braço. Primeiro, porque estamos falando de um tema que é provavelmente a maior riqueza natural, que não depende de impostos e que pertence a todo o povo brasileiro, a ser distribuída neste século. Estou falando de algo que, daqui a 15 anos, vai gerar algo em torno de R$ 1,5 trilhão, fruto da venda do petróleo que agora pertence ao povo brasileiro. Junto com isso, um volume de royalties que vai ultrapassar R$ 100 bilhões já no começo da próxima década, 2020, 2022. Vale lembrar que as regras que favorecem atualmente o Rio de Janeiro têm um sentido. Quando o Brasil conseguiu fazer uma mudança, através do Congresso Nacional, do ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] de energia, principalmente de combustíveis, para o destino e não para a origem, precisava socorrer o Rio de Janeiro. Porque provocou ali um desequilíbrio. A alternativa encontrada foi com os royalties e a criação da chamada participação especial. Ora, aquilo foi para uma conjuntura que deu resultado.
A comprovação da descoberta foi por meio de perfilagem (registros de características de uma formação) e amostragem de fluido (líquidos e gases) em teste a cabo, nos reservatórios localizados em profundidade de cerca de 4.200 metros.
A Petrobras é a operadora do consórcio para exploração do bloco BM-ES-23 (65%), formado ainda pelas empresas Shell Brasil Petróleo Ltda (20%) e Inpex Petróleo Santos Ltda (15%).
O consórcio dará continuidade às atividades na área de concessão, onde estão em fase de perfuração outros dois poços, referentes ao Programa Exploratório Mínimo. Após a conclusão deste programa, o consórcio possivelmente levará à ANP uma proposta de Plano de Avaliação com a finalidade de delimitar a acumulação descoberta.
"A gasolina será tão vital quanto o sangue nas próximas batalhas (...) um colapso no fornecimento de gasolina resultaria na imediata paralisação dos nossos exércitos".
Primeiro-Ministro Clemenceau (França), em carta ao Presidente WoodroW Wilson (EUA) em 15/12/1917