Ministros concedem entrevista sobre veto ao projeto de lei dos royalties do petróleo

30 de novembro de 2012

Ministros concedem entrevista sobre veto ao projeto de lei dos royalties do petróleo

http://youtu.be/cyhw3N_qP-g

 

Publicado em 30/11/2012  Os ministros Edison Lobão (Minas e Energia), Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Aloizio Mercadante (Educação) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais) anunciaram, na sexta-feira (30/11), no Palácio do Planalto, os vetos ao projeto de lei sobre distribuição dos royalties do petróleo.  Dilma destina 100% dos royalties das novas concessões de petróleo para a educação.


Mercadante defende que royalties do petróleo sejam investidos em educação

8 de novembro de 2012

Blog do Planalto, 8 de novembro de 2012

Mercadante defende que royalties do petróleo sejam investidos em educação

 

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, defendeu nesta quinta-feira (8) que os recursos provenientes dos royalties do petróleo sejam investidos em educação. Ao discursar na cerimônia de lançamento do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, o ministro disse que lutará no Senado para que os royalties sejam encaminhados para a educação.

“A Câmara votou o Plano Nacional de Educação por unanimidade e estabeleceu que em 10 anos deveríamos dobrar os investimentos em educação, chegando a 10% do PIB. Mas, até o momento, não temos uma fonte de financiamento capaz de cumprir essa meta (…) O caminho era a riqueza nova que estamos descobrindo, a riqueza dos royalties do petróleo (…) Essa luta não acabou. Vamos agora, junto ao Senado, continuar lutando para que os royalties sejam encaminhados para a educação”, disse.

Artigos relacionados

 

 

Fonte: http://blog.planalto.gov.br/mercadante-defende-que-royalties-do-petroleo-sejam-investidos-em-educacao/

II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas

19 de junho de 2011

II Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas

Altamiro Borges convida sindicalistas para participar do evento.

Altamiro Borges é o editor do Blog do Miro, diretor do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, autor do livro “Sindicalismo, resistência e alternativas” (Editora Anita Garibaldi).

Fonte: http://juventudepetroleira.wordpress.com/2011/05/19/ii-encontro-nacional-de-blogueiros-progressistas/

Discovery Channel debate exploração do petróleo do Pré-Sal em novo documentário

20 de fevereiro de 2011

O documentário “O Desafio do Pré-Sal” é a mais recente co-produção do Discovery Channel com a produtora brasileira Mixer, cujo tema é a exploração do petróleo do Pré-Sal. Dirigido por Marcello Bozzin, tem uma hora de duração e entrevista diversos especialistas, desde engenheiros, cientistas, ambientalistas e analistas de relações internacionais e geopolítica do petróleo, que discutem diferentes perspectivas referentes aos principais aspectos da exploração do Pré-Sal, desde sua geografia e formação geológica, passando pelos desafios tecnológicos, financeiros e ambientais, até os aspectos políticos, econômicos e geopolíticos envolvidos na exploração deste grande campo petrolífero que pode conter cerca de 100 bilhões de barris de petróleo, situando sua descoberta entre as maiores das últimas décadas em todo o mundo.

Os demais documentários resultantes desta parceria incluiram temas como as enchentes e as pesquisas com células-tronco, que passaram no Discovery Channel em fevereiro deste ano, todos coproduzidos pela Mixer sob supervisão do Discovery Networks Latin America/US Hispanic.

O vídeo com a chamada para o documentário está disponível na página do programa Ooops! do UOL:

http://storage.mais.uol.com.br/embed.swf?mediaId=9221712

O video documentário “O Desafio do Pré-Sal” estréia no Discovery Channel nesta sexta-feira, 25 de fevereiro, às 22h.

A grade da programação da Discovery Channel prevê que o vídeo será exibido ainda no dia 26 de fevereiro à 1h, às 5h e às 16h, e no dia 05 de março às 14h.

Com informações do Discovery Channel Brasil.

Vídeo documentário: Os 100 anos da “Revolta da Chibata”

1 de dezembro de 2010

Os 100 anos da Revolta da Chibata – parte 1

Os 100 anos da Revolta da Chibata – parte 2

Os 100 anos da Revolta da Chibata – parte 3


Defesa do pré-sal é uma questão de soberania nacional, diz Haroldo Lima, diretor da ANP

6 de novembro de 2010

Vermelho
06/11/2010

Haroldo Lima: Defesa do pré-sal é uma questão de soberania

Mariana Viel

Em entrevista ao Vermelho, o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, falou sobre o recente anúncio do poço de Libra, no pré-sal da Bacia de Campos, que possui uma quantidade de petróleo que se iguala ao restante da reserva brasileira.

Há seis anos no cargo de diretor geral da ANP, Haroldo Lima, acompanhou todo o processo de descoberta da camada pré-sal e as discussões dos primeiros instrumentos para assegurar a soberania brasileira sobre a nova reserva de petróleo.

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Capitalização da Petrobrás gera oportunidade para pequenos investidores que poderão usar o FGTS

6 de setembro de 2010

Revista Istoé
25.Jun – 21:00 | Atualizado em 06.Set.10 – 01:10

Vêm aí as ações que todo mundo quer

Banco do Brasil e Petrobras planejam captações bilionárias no mercado, com oportunidade para pequenos investidores, que poderão usar o FGTS

Hugo Marques

Na segunda-feira 21, durante o New York Forum, um dos assuntos predominantes entre os 300 maiores empresários dos Estados Unidos foi o plano de capitalização da maior empresa brasileira. Para enfrentar os investimentos necessários à exploração do pré-sal, a Petrobras vai realizar a maior chamada de capital de sua história. Quer buscar no mercado US$ 50 bilhões, através de oferta pública de ações.

A convite do prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, o vice-presidente da Federação das Indústrias de São Paulo e da Associação Brasileira das Indústrias de Base, Juan Quirós, participou do evento e disse à ISTOÉ que a marca Petrobras foi citada várias vezes durante os debates. “Ficou claro que a Petrobras não terá problemas para captar recursos no Exterior. A empresa tem projetos, inovação tecnológica e viabilidade financeira”, afirmou Quirós.

Para os investidores brasileiros também se abrirá uma excelente oportunidade. Ainda não há detalhes sobre o lançamento, mas será possível usar o FGTS para comprar ações da estatal e certamente haverá condições facilitadas para pequenos poupadores. Ser acionista da Petrobras deixará de ser privilégio de poucos.

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Pré-sal estimula o desenvolvimento tecnológico no Brasil

27 de julho de 2010

Blog da Petrobrás – Fatos e Dados

27 de julho de 2010

Pré-sal estimula desenvolvimento tecnológico no país

A exploração do pré-sal vem estimulando o desenvolvimento tecnológico no país das empresas que atuam no setor. Exemplo disso é a construção de centros tecnológicos, na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro. As empresas contam com a proximidade do Cenpes (Centro de Pesquisa da Petrobras) e do maior campus da UFRJ.

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Divisão igualitária dos royalties faz justiça ao Brasil, diz deputado

11 de março de 2010

Jornal da Mídia

Quinta-feira, 11/03/2010

Divisão igualitária dos royalties faz justiça ao Brasil, diz Souto


Brasília – A Câmara dos Deputados concluiu nessa quarta-feira, 10, a votação dos projetos do pré-sal com mais uma conquista para todos os brasileiros. Os parlamentares aprovaram, com 369 votos a favor, 72 contra e duas abstenções, a divisão igualitária entre Estados e municípios do dinheiro arrecadado com a cobrança de royalties do petróleo explorado na costa brasileira. Com isso, os recursos destinados à Bahia podem aumentar 1450%, saltando de R$ 200 milhões para R$ 3 bilhões por ano. “O desafio agora é fazer com que o Governo Federal sancione o texto da forma como está”, afirmou o deputado Fábio Souto (DEM/BA).

A matéria aprovada garante que Estados e municípios não produtores de petróleo possam desfrutar de um bem que é da União. “Essa é a forma mais justa de distribuição dos lucros, pois beneficiaremos todos os brasileiros. No meu Estado, a Bahia, por exemplo, que não tem jazidas, tanto o governo estadual como os prefeitos poderão investir mais e melhor em diversas áreas que estão carentes. A partilha igualitária pode significar um salto na qualidade de vida de todos os brasileiros e não apenas de três unidades da federação que são contempladas com a existência de petróleo em suas áreas”, ressaltou.

Segundo a proposta, os recursos serão repassados por meio do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) e FPE (Fundo de Participação dos Estados), metade para cada. O montante da União foi preservado.

O deputado Fábio Souto, que contribuiu para a aprovação da matéria com o voto a favor, destacou que os maiores beneficiários são os municípios. Durante todo o dia, o parlamentar recebeu a visita de diversos prefeitos baianos que, numa mobilização da CNM (Confederação Nacional dos Municípios), lotaram o Plenário da Câmara para pedir a aprovação da emenda. “Tenho a esperança de ver uma verdadeira revolução nas cidades do interior da Bahia. O aumento dos recursos permite mais investimentos em saúde, segurança, educação, enfim, em tudo. A aprovação dessa proposição é uma vitória imensa e muito significativa para o país. Devemos e vamos lutar agora para que o Presidente da República não vete a mudança do texto e impeça essa conquista”, destacou, preocupado com declarações da base governista do Congresso que dá como certo o veto de Lula.

http://www.jornaldamidia.com.br/noticias/2010/03/11/Bahia/Divisao_igualitaria_dos_royalties.shtml

Revista da Unesp traz artigo esclarecedor sobre royalties: “Pobres Cidades Ricas”

5 de fevereiro de 2010

http://www2.unesp.br/revista/?page_id=71

Unesp Ciência

edição de fevereiro de 2010

“Pobres Cidades Ricas”

Riqueza que não traz felicidade

Orçamento de cidades fluminenses que recebem royalties da indústria petrolífera deu um salto sem que isso se revertesse em melhoria da qualidade de vida de seus habitantes; pesquisadores alertam para o risco de a mesma coisa acontecer com o pré-sal.


Acesse o artigo em formato PDF aqui ou clique no link para a Revista Unesp Ciência

Dinheiro não é problema. Pelo menos para quatro cidades do Rio de Janeiro que, devido à proximidade dos grandes campos de petróleo do Brasil, recebem das empresas petrolíferas um reforço no orçamento na forma de pagamento de royalties e participações nos lucros – em 2008 o aporte foi de R$ 2,264 bilhões. Isso é particularmente verdade para Campos dos Goytacazes, o município mais beneficiado, que entre 1999 e 2009 auferiu R$ 5.990.555.618 dos rendimentos oriundos do petróleo. Apesar da riqueza que jorra dos 546 poços explorados na Bacia de Campos, a maioria desses municípios enfrenta problemas semelhantes às mais comuns das cidades brasileiras: atendimento de saúde insuficiente, problemas de infraestrutura urbana, déficit de habitação, favelização, pobreza. A situação é chamada por alguns de paradoxo da abundância, pois associa um aumento na renda com a permanência de baixos índices de qualidade de vida.

Desvendar esse paradoxo é o desafio de um grupo de acadêmicos das áreas de economia, administração e políticas públicas que estabeleceram seu laboratório de pesquisas nesse raro pedaço do Brasil, onde sobra verba para o poder público investir.  Um dos objetivos dos trabalhos é dar subsídios para um dos debates mais belicosos em curso no Brasil: o destino dos rendimentos que serão gerados pela exploração do pré-sal, que pode conter reservas equivalentes a 70 bilhões de barris de petróleo. “O pré-sal traz a chance de um novo milagre econômico, mas também é a possibilidade de reduzir desigualdades históricas”, afirma Cláudio Paiva, professor do Departamento de Economia da Unesp de Araraquara. Ele é o responsável pela linha de pesquisa “Finanças públicas, royalties e políticas públicas”, ligada ao mestrado em economia da instituição. Também desenvolve, com as universidades Federal Fluminense e Cândido Mendes, a pesquisa “Planejamento, educação e cultura nas cidades do petróleo”.

Paiva defende que a destinação do dinheiro seja decidida tendo como horizonte um projeto nacional de desenvolvimento. Para criar tal projeto, alerta o pesquisador, é preciso primeiro compreender as experiências que já estão em andamento. “No futuro, a Bacia de Santos pode estar lotada de municípios milionários, tal como acontece hoje no Rio de Janeiro. Por isso é muito importante aprender o que significou para essas cidades a injeção dos recursos do petróleo. Será que elas souberam usar o dinheiro para melhorar a qualidade de vida das pessoas?”

… (continua)

Acesse o artigo completo em formato PDF aqui ou clique no link para a Revista Unesp Ciência

http://www2.unesp.br/revista/?page_id=71

O Pré-Sal no Programa Multiponto da UFRGSTV

17 de dezembro de 2009

Diário do Pré-Sal

17/12/2009

Vídeo: O Pré-Sal no Programa Multiponto da UFRGS TV

Programa da TV Ufrgs entrevista especialistas sobre o petróleo da camada pré-sal, o novo marco regulatório, o modelo de exploração e o destino dos recursos do petróleo.

Dentre os entrevistados está o presidente regional da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET), Raul Tadeu Bergmann, o ex-diretor de Gás e Energia da Petrobras e professor da USP, Ildo Sauer, os professores Rogério Dornelles Maestri, Luiz Augusto Estrella Faria, Ricardo Ayup Zouain, Vicente Ribeiro  e Lucas Kerr de Oliveira. O vídeo está dividido em três partes, podendo ser assistido a seguir:

Video:  “Pré-Sal” – no programa Multiponto – parte [1/3]

Video:  “Pré-Sal” – no programa Multiponto – parte [2/3]

Video:  “Pré-Sal” – no programa Multiponto – parte [3/3]

Pré-Sal – programa Multiponto – teaser


Presidente da Petrobras Biocombustível responde aos leitores do blog da Petrobras

7 de dezembro de 2009

http://www.blogspetrobras.com.br/

Blog da Petrobrás

7 de dezembro de 2009

Presidente da Petrobras Biocombustível responde aos leitores do blog

O presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, é o segundo entrevistado pelos leitores do blog Fatos e Dados, que encaminharam perguntas via seção de comentários. A entrevista completa, com as questões selecionadas, você confere nos links abaixo:

Bloco 1: matérias-primas

Bloco 2: economia e mercado

Bloco 3: tecnologia e desenvolvimento

Bloco 4: resultados sócio-ambientais

A equipe do blog agradece a participação de todos os internautas que enviaram perguntas. Aguarde e colabore com a próxima entrevista participativa!

http://www.blogspetrobras.com.br/
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Destaque – pergunta sobre impactos socioambientais:

Lucas K. Oliveira

Aproveito a ocasião para agradecer ao presidente da Petrobras Biocombustível, Miguel Rossetto, pela resposta à questão formulada no Blog da Petrobrás:

“Quais os principais resultados sociais e ambientais já alcançados pelo programa de desenvolvimento de Biodiesel da Petrobras?”

(a pergunta foi formulada no Blog da Petrobras em 29 de novembro de 2009, às 16:44: http://www.blogspetrobras.com.br/fatosedados/?p=13469 )

A resposta pode ser assistida no 4a vídeo, que trata do bloco de questões relativas aos  “resultados socioambientais” (a partir dos 2min 36s):

Agradeço também ao Lívio pelos comentários à outra questão, diria, mais provocativa. Lívio lembra que os motores Elsbett (Elko) poderiam queimar óleo vegetal puro.  Apenas para esclarecimento, estes motores queimam 100% do óleo produzido com biomassa vegetal, queimando, inclusive, a glicerina vegetal. Isto significa que esta tecnologia  acaba com a necessidade do processamento químico com transesterificação (para extrair a glicerina do óleo vegetal) e transformá-lo em biodiesel. Esta modalidade de motores vem sendo arduamente defendida pelo engenheiro Bautista Vidal a pelo menos duas décadas.

Acredito sinceramente, que a Petrobrás poderia assumir como bandeira o desenvolvimento de uma nova geração de motores e turbinas movidos a óleo vegetal puro, ou seja, combustíveis derivados 100% de biomassa. No dia 04/12/2009 em entrevista coletiva concedida por Sergio Gabrielli, no evento sobre pré-sal realizado em Porto Alegre, perguntei a mesma coisa. Gabrielli deixou claro que a Petrobrás fabrica combustíveis, mas está preocupada em desenvolver este setor para ter fornecedores no Brasil, lembrando dos investimentos feitos pela empresa no desenvolvimento dos primeiros protótipos de turbinas nacionais, em parceria com o ITA (já citados neste Blog).

Entretanto, acredito, não seria tão complicado para a Petrobrás criar uma nova subsidiária, algo como a “Petrobrás motores”, para isso, até em parceria com outras empresas nacionais. A Petrobras poderia até ter uma equipe de Fórmula 1, fabricar motores de ponta e controlar simultaneamente a fabricação de combustíveis e motores de alta tecnologia. Bom para a imagem da empresa e bom para os negócios. Me parece que outras empresas nacionais teriam interesse em ter participação acionária em um projeto destes, mas dependeria de uma iniciativa de alto risco da própria Petrobrás. Sem apoio governamental seria realmente arriscado.

Para que Brasil viabilize uma empresa para a fabricação desse tipo de motores,  uma outra alternativa, seria o governo comprar uma dessas corporações automobilísticas multinacionais à beira da falência, e transformar uma de suas unidades em uma fábrica de motores 100% a combustível de biomassa. Me parece que perdemos uma ótima oportunidade de adquirir a GM do Brasil, quando a matriz americana estava no auge da crise e cogitou se desfazer de algumas filiais para se salvar da falência, um pouco antes de ser praticamente “estatizada” pelo governo Obama. Infelizmente, demoramos para agir e a GM do Brasil passou a ser controlada pela GM na China. Provavelmente o governo achou que seria uma briga grande demais para comprar agora. É só imaginar a reação dos partidos de oposição e a mídia liberal anti-Brasil, gritando: “Isto é estatismo!, estamos caminhando para o comunismo!”, e outras bobagens do tipo.

Me parece que a opção de criar uma empresa nova acabará sendo a mais viável e menos polêmica, pois esta pode ser de participação limitada, podemos manter controle acionário (51%) nas mãos do Estado, e desenvolver não apenas motores mas também geradores, motores a célula-combustível e turbinas, todos projetados para funcionarem com combustíveis 100% derivados de biomassa.


Ildo Sauer defende plebiscito sobre nova lei do petróleo e reestatização da Petrobras

5 de dezembro de 2009

http://professorildosauer.wordpress.com/

5 Dezembro, 2009

Nem partilha, nem concessão: plebiscito!

Entrevista concedida pelo Professor Ildo Sauer ao jornalista Augusto Nunes para a página Veja.com

“Nas três partes da entrevista, Ildo Sauer, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP, dá uma aula sobre o pré-sal, explicando o que é a imensidão de petróleo descoberta há mais de 30 anos no litoral brasileiro. Entre outras críticas ao modelo de exploração proposto pelo atual governo, censura as pressões para que o Congresso aprove em três meses ‘uma das decisões mais importantes da história do país’. Sauer defende a realização de um plebiscito para que a população decida o que fazer com essa riqueza. Sugere que se vincule a produção ao dinheiro necessário para os investimentos em saúde, educação, transporte e infraestrutura”.

Parte 1

Parte 2

Parte 3

http://professorildosauer.wordpress.com/


“Capital privado atrasou ganhos do pré-sal” Ildo Sauer em entrevista ao OperaMundi

2 de dezembro de 2009

http://www.operamundi.com.br/

Opera Mundi

02/12/2009

Capital privado atrasou ganhos do pré-sal

Natalia Viana

São Paulo


Um dos principais especialistas brasileiros em política energética, Ildo Sauer defende que a exploração do petróleo em águas ultraprofundas pode agilizar a integração sul-americana

Wilson Dias/ABr – 14/10/2009
Ildo Sauer: reformas dos anos 90 só atrapalharam

A comunidade internacional se engana ao acreditar que o êxito da Petrobras se deve à entrada da iniciativa privada no capital da empresa. “Ao contrário, essas mudanças apenas retardaram o sucesso da Petrobras”, afirma o ex-diretor de gás e energia da Petrobras Ildo Sauer, um dos principais especialistas brasileiros em política energética. Em entrevista ao Opera Mundi, no Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP (Universidade de São Paulo), onde é professor, ele defende também que a exploração do pré-sal pode ampliar o caminho para a integração sul-americana.

Qual a sua visão sobre a proposta do governo para o pré-sal?
O governo tem uma proposta dúbia e tímida. O modelo que está aí é um modelo híbrido: ele permite caminhar em qualquer direção e, portanto, é um perigo enorme. Quem conhece o que este governo fez no setor elétrico tem dúvidas se aquela abertura não é uma válvula de escape para continuar transferindo riqueza (que poderia ser destinada para fins públicos) em benefício de certos grupos.

Os opositores do projeto do governo dizem que se a Petrobras tiver prioridade na exploração do pré-sal, ela vai se tornar menos competitiva.
Isso tudo é bobagem, é lobby das empresas internacionais e de grupos brasileiros que querem se apoderar da riqueza que vai ser gerada com o pré-sal. O pré-sal é fruto da história da Petrobras, da sua capacitação interna, relação com centros de pesquisa dentro e fora do Brasil e com empresas de ponta. Isso tem pouco a ver com a estrutura de capital dela, a privatização e a venda do capital, e muito menos com a criação de uma agência reguladora. Tem um bocado de pessoas que reivindicam o sucesso da Petrobras para essas mudanças – mas, ao contrario, elas apenas atrapalharam, até retardaram o processo. As reformas dos anos 90 só prejudicaram a possibilidade de fazê-lo mais rapidamente.
Quanto petróleo existe no pré-sal?
O grande problema é que não sabemos qual é a real dimensão. Eu sempre acreditei que a medida correta seria contratar a Petrobras para terminar o processo exploratório que ela iniciou. Acredita-se que a área de formação geológica seja de 150 mil km2: vai desde o sul do Brasil, em Santa Catarina, até o sudeste, no Espírito Santo. E pode ir além. Mas isso significa que é só uma formação geológica ou são várias? Não se sabe. Os otimistas acham que pode chegar até os 300 bilhões de barris. Para comparar, o bloco dos grandes países produtores de petróleo tem entre 80 e 130 bilhões: Rússia, Venezuela, Líbia, Irã, Iraque e Emirados Árabes Unidos. O Brasil poderia estar neste bloco ou até se comparar com o maior produtor do mundo. Mas, sem esclarecer essa situação, é muito difícil desenvolver um modelo para determinar quanto se deve produzir, em que ritmo, se é melhor deixar grande parte deste petróleo debaixo da terra…
O senhor tem apoiado a proposta dos movimentos sociais para a exploração do pré-sal. Por quê?
Tenho apoiado a posição dos movimentos sociais de reestatização da Petrobras e retomada do monopólio. Os movimentos acreditam que o petróleo é um recurso da nação e, portanto, teria de ficar 100% nas mãos do governo. Querem que a Petrobras volte a ser integralmente estatal para que toda a riqueza possa ir para um fundo social que teria como objetivo tratar do problema da pobreza, redistribuição social, educação, saúde, proteção ambiental, modernização tecnológica do país. Essa é a grande discussão que está em curso hoje no Brasil. Hoje, no mundo, somente 7% dos recursos estão disponíveis para as grandes companhias internacionais e mais de 70% estão nas mãos de Estados e empresas estatais. Esses grupos querem manter o regime de concessões no Brasil, em que uma companhia pode fazer o que quiser com o recurso que encontra, pagando uma participação muito pequena ao governo.
De que maneira o pré-sal vai mudar a projeção do Brasil internacionalmente?
Se realmente a quantidade de petróleo no Brasil passar dos 100 bilhões, é um dado estratégico e geopolítico de grande impacto, comparável, por exemplo, a ter a bomba atômica. Hoje, quem detém os recursos de petróleo permite grandes lucros e, por isso, não faltará financiamento para fazer investimentos – porque todos querem ser sócios da produção de petróleo se houver espaço para isso. E ao Brasil não falta tecnologia. É um centro de excelência internacional para águas profundas e em especial para o pré-sal.
Vai mudar alguma coisa geopoliticamente na América Latina?
Eu entendo que o papel de países como a Venezuela, o Brasil e o México, em vez de exportar seus recursos energéticos, é aproveitar localmente os recursos hídricos para gerar eletricidade, o gás natural e o petróleo para desenvolver a capacidade de produção local e melhorar a qualidade de vida. Portanto, a cooperação me parece uma estratégia superior que pode colocar lado a lado os países sul-americanos que têm recursos. Isso não significa que não se possa exportar parte do petróleo, guardar parte para o futuro e utilizar outra parte para as atividades econômicas produtivas.
O petróleo brasileiro é uma ameaça à Venezuela?
Essa discussão de que se vai gerar uma rivalidade com a Venezuela é nada mais que um jogo para criar contradições em um campo ou outro para satisfazer interesses das grandes companhias multinacionais e dos investidores financeiros que querem espaço onde investir e obter grandes lucros. Eles querem participar da festa entrando como convidados sem pagar entrada.
http://www.operamundi.com.br/

Entrevista com o presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli de Azevedo

9 de novembro de 2009

Diário do Pré-sal

09/11/2009

Entrevista do presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli de Azevedo

Mais de 60 perguntas foram enviadas pelos leitores e as questões de 15 internautas foram selecionadas e respondidas pelo presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo.
Veja a íntegra da entrevista concedida por Gabrielli ao blog da Petrobras Fatos e Dados:
Entrevista para o Blog da Petrobras – José Sérgio Gabrielli (Parte 1)
Entrevista para o Blog da Petrobras – José Sérgio Gabrielli (Parte 2)
Entrevista para o Blog da Petrobras – José Sérgio Gabrielli (Parte 3)
Entrevista para o Blog da Petrobras – José Sérgio Gabrielli (Parte 4)
Entrevista para o Blog da Petrobras – José Sérgio Gabrielli (Parte 5)
Entrevista para o Blog da Petrobras – José Sérgio Gabrielli (Parte 6)

O Pré-Sal e a expansão da Petrobrás no Exterior

18 de outubro de 2009

http://www.blogspetrobras.com.br/fatosedados/?p=10776#more-10776

Blog da Petrobrás

18/10/2009

O pré-sal e a expansão internacional da Petrobras: entrevista do diretor Zelada a O Globo



internacional

Em matéria “Petrobras aposta em refinarias no exterior” da edição deste domingo (18/10) em O Globo, o  diretor da Área Internacional, Jorge Luiz Zelada, fala em entrevista sobre os investimentos da Petrobras no exterior sob o  contexto nacional do pré-sal.

O Globo: Nós queremos falar um pouquinho sobre quais são os planos, como se posiciona a Área Internacional da Petrobras diante desse novo fator que é o pré-sal. Pra começar, eu queria que você falasse um pouquinho de como está a Área Internacional dentro dos planos da Petrobras, quanto que ela está recebendo de investimentos, quais são os principais focos. E se isso vem mudando nos últimos anos; se ela vem perdendo um pouquinho, não diria de importância, mas o percentual em relação aos investimentos totais.

Diretor Zelada: Eu tenho colocado que, até na própria revisão do planejamento estratégico da Petrobras, aquilo que estava planejado para a Área Internacional da Petrobras não arrefeceu. É mantido o mesmo plano que havia sido estabelecido, com algumas diferenças que a gente vai conversar aí ao longo dessa entrevista. Então, não diminuiu em termos de valores de investimentos. É óbvio que, se você for olhar em termos relativos, houve uma diminuição a partir do momento em que há uma perspectiva concreta de ter investimentos maiores em relação às descobertas que foram feitas. Isso é fato. Em relação aos investimentos que estamos fazendo na área de refino também. Mas, o planejamento da Área Internacional é o mesmo planejamento que já tinha sido colocado. Então, os compromissos que foram assumidos estão sendo cumpridos, os investimentos estão nos mesmos níveis. Se você for comparar o plano de investimentos 2008-2012 e o 2009-2013, que, vamos dizer, já foi uma revisão considerando o cenário do pré-sal, nas atividades internacionais os investimentos continuaram nos mesmos níveis. Houve uma similaridade de valores, por exemplo, do que foi realizado em 2008 e do que está entrando em 2013.

Leia também a matéria “Petrobras aposta em refinarias no exterior” , como publicado no Globo Online.

O Globo: Está em quanto?

Diretor Zelada: US$ 15,9 bilhões de dólares.

O Globo: Quando vocês fizeram o planejamento estratégico lá atrás, sabia-se de todas essas promessas em relação ao pré-sal, mas o formato não estava definido. Não se sabia nem que a Petrobras ia ser, eu imagino, a operadora de todos os blocos. Ou já se sabia isso na época, já se tinha uma ideia disso?

Diretor Zelada: Não, não se sabia. Do marco regulatório não se sabia, mas se tinha uma perspectiva de investimento.

O Globo: Pesado…

Diretor Zelada: … por conta daqueles blocos que a Petrobras já detinha alguma participação. Agora, ela ser a operadora de todos os postos, não significa que vai ser a principal investidora em todos os blocos. Ela pode ser a operadora, ficar lá com aquele mínimo de 30% e outras empresas entrarem dentro desse consórcio. Com essa nova configuração, em relação ao novo marco regulatório que ainda está em análise, ele vai ser reavaliado num próximo dimensionamento dos investimentos da Petrobras.

O Globo: Em termos nominais a Área Internacional não perdeu, ficou mais ou menos nessa faixa de 15 bi. Mas, e em termos relativos? Em relação ao investimento total da empresa, a Área Internacional perdeu ou tende a perder, já que a empresa vai direcionar muito investimento aqui para dentro?

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Presidente da Petrobras participa da Sabatina da Folha em São Paulo

14 de outubro de 2009

http://www.agenciapetrobrasdenoticias.com.br/

AGÊNCIA PETROBRAS DE NOTÍCIAS

14/10/2009

Presidente da Petrobras participa da Sabatina da Folha em São Paulo

Gabrielli na Sabatina da Folha de S. Paulo Gabrielli - 13/10/2009Foto: AGÊNCIA PETROBRAS

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, participou da Sabatina da Folha na manhã desta terça-feira (13/10), em São Paulo. Durante duas horas Gabrielli respondeu aos questionamentos dos quatro entrevistadores do jornal Folha de S. Paulo – Sérgio Malbergier, editor do caderno Dinheiro, Vinicius Torres Freire e Maria Cristina Frias, colunistas da Folha, e Valdo Cruz, repórter especial. A plateia também participou enviando questões por escrito ao longo do debate.

Gabrielli - Sabatina da Folha de S. Paulo -- 13/10/2009

Foto: AGÊNCIA PETROBRAS

Confira aqui os principais pontos debatidos na Sabatina:

– Petrobras como operadora única do pré-sal: o projeto do novo modelo regulatório prevê que a Petrobras será a operadora única dos blocos do pré-sal a serem licitados e terá assegurada participação mínima de 30% nestas áreas. Gabrielli ressaltou que, entre as funções do operador estão contratar fornecedores, desenhar a estrutura dos poços, contratar navios e sondas, e que todas as decisões sobre as áreas exploradas deverão envolver obrigatoriamente os demais parceiros do consórcio que o operador representa. Para ele, “o grande ganho para a Petrobras será o conhecimento tecnológico adquirido e que ficará retido no país”, disse.
Além disso, Gabrielli ressaltou que, em termos de infraestrutura – como a que será necessária para a Bacia de Santos – o fato de haver um único operador contribui para o barateamento dos custos envolvidos.

Questionado sobre a capacidade da Companhia em atuar em diversos campos ao mesmo tempo por ser operadora única, o presidente da Petrobras lembrou que é uma política da empresa “diversificar nosso portfólio para minimizar os riscos de exploração”. Ele ponderou ainda que a adoção da política de conteúdo nacional para a exploração e produção deve seguir um ritmo adequado, “pois se a produção for muito acelerada, a cadeia de suprimentos pode não alcançar o ritmo da demanda”, disse Gabrielli.

– Financiamento da exploração do pré-sal: O presidente da Petrobras acredita que, “se o barril de petróleo ficar em torno de US$ 65, a Companhia estará plenamente financiada até 2013. Caso o barril fique em US$ 45, estaremos financiados por, pelo menos, mais 2 anos”.

– Capitalização da Petrobras: Após a aprovação do novo marco regulatório pelo Congresso Nacional, a Companhia deverá realizar uma assembléia geral de acionistas para aprovar a capitalização e exercício de direito de preferência dos acionistas. Segundo Gabrielli, o aumento de capital manterá a proporção atual de ações e os recursos oriundos da capitalização serão usados no pagamento da cessão onerosa e no financiamento dos investimentos do plano de negócios da Petrobras.

– Aprovação do modelo regulatório: Ao ser questionado sobre uma possível pressa do governo para aprovar o novo modelo, Gabrielli comparou a exploração de petróleo a uma gestação. “É um processo longo, uma gravidez de 7, 8 anos e que precisa de um planejamento de longo prazo. Se o novo modelo for aprovado no primeiro semestre de 2010, isso não significa que no segundo semestre já haverá poços produzindo”, disse. Gabrielli ressaltou ainda que há, pelo menos, sete diferentes comissões no Congresso brasileiro discutindo as propostas do governo para o pré-sal, o que reforça a mobilização em torno de um tema dessa relevância.

– Petro-sal: sobre a criação de uma nova estatal, o presidente da Petrobras explicou que o modelo proposto pelo governo prevê que a empresa terá a função de controlar os custos da operação, fiscalizar a operadora e demais empresas dos consórcios. E para isso deverá se valer de um corpo técnico altamente qualificado, que conheça profundamente o setor de petróleo e gás.

– Repercussão do novo modelo regulatório no exterior: Gabrielli afirmou que tem realizado uma série de road shows em países como Estados Unidos, Japão e Inglaterra, e que fornecedores, acionistas e empresas do setor estão muito entusiasmados com as descobertas e perspectivas do pré-sal. “Muitas empresas internacionais têm demonstrado o interesse de se instalar no país e atuar como parceiros da Companhia e de nossos fornecedores. A credibilidade da Companhia e confiança na estabilidade do país são atestadas pelo desempenho das ações nas bolsas de valores e seu descolamento do preço do barril de petróleo”, acredita ele.

– Fornecimento de diesel S-50: Gabrielli ressaltou que desde 1º de janeiro de 2009 a Petrobras tem disponibilizado o diesel S-50 e contestou a informação de que a poluição do ar, em São Paulo, é causada pelo enxofre presente no diesel emitido na atmosfera. Segundo ele, “as medições realizadas pela Cetesb apontam que os índices de particulado – que têm relação com o teor de enxofre do diesel – estão dentro dos padrões aceitáveis. A poluição do ar também deve ser combatida com o controle da idade e tamanho da frota de veículos, programas de inspeção veicular, entre outras medidas”, ponderou ele.

– Emissão de CO2: Gabrielli lembrou que gás carbônico produzido nos futuros campos do pré-sal será reinjetado nos próprios reservatórios para aumentar o fator de recuperação. Gabrielli afirmou ainda que o processo de refino tem sofrido avanços que minimizam a questão das emissões.

http://www.agenciapetrobrasdenoticias.com.br/


Veja íntegra da sabatina com o presidente da Petrobras

14 de outubro de 2009

http://www1.folha.uol.com.br/folha/videocasts/ult10038u637405.shtml

Folha Online

14/10/2009

Veja íntegra da sabatina com o presidente da Petrobras

da Folha Online

O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou que a oposição está “atordoada” com os projetos apresentados pelo governo para o marco regulatório do pré-sal. A declaração foi feita durante a sabatina da Folha, realizada nesta terça-feira (13).

No debate, ele também admitiu que o petróleo é uma bandeira política no país e defendeu que o risco de exploração nos campos do pré-sal é mínimo. Segundo Gabrielli, de 47 poços do pré-sal perfurados, foi encontrado petróleo em 41.

Veja a íntegra da sabatina no vídeo abaixo.

Video - Sabatina com José Sérgio Gabrielli (Petrobras) na Folha de S. Paulo - 13/10/2009

Video - Sabatina com José Sérgio Gabrielli (Petrobras) na Folha de S. Paulo - 13/10/2009

http://www1.folha.uol.com.br/folha/multimidia/

“Da campanha ‘O Petróleo é Nosso’ ao Pré-Sal

7 de outubro de 2009

http://juventudepetroleira.wordpress.com/2009/10/07/%E2%80%9Cda-campanha-%E2%80%98o-petroleo-e-nosso%E2%80%99-ao-pre-sal/

Publicado no Blog Juventude Petroleira

07/10/2009

“Da campanha ‘O Petróleo é Nosso’ ao Pré-Sal

Interessante entrevista que tiramos da página da UNE, importante frisar que no momento em que a UNE colocou a proposta de 50% para educação, o discursso que ganhava força era da Frente Parlamentar em defesa dos royalties.

Segue entrevista:

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Com o anúncio das riquezas submarinas descobertas em águas profundas da costa brasileira, a diretoria da UniãoNacional dos Estudantes passou lutar por mais uma bandeira. A UNE defende que 50% do Fundo Social, que será criado com os recursos da exploração do petróleo, sejam investidos na Educação. Leia a entrevista com o estudante Augusto Chagas, presidente da UNE, que explica a posição da entidade.

Por que a UNE decidiu entrar nessa campanha pelo Pré-sal?

Não é de hoje que a União Nacional dos Estudantes defende o patrimônio territorial e econômico do Brasil. Nos anos 50 a entidade foi protagonista de uma das movimentações mais importantes para o país, lembrada até os dias atuais como a campanha “O Petróleo é Nosso”. Naquele período – que foi de 1947 até 1953 – a UNE uniu a sociedade brasileira, indo contra aos que defendiam um modelo neoliberal, em que o ciclo do petróleo fosse para as mãos de empresas privadas e estrangeiras.

Assim, foi natural pensarmos nisso quando a Petrobras anunciou ter localizado nas camadas pré-sal elevado potencial petrolífero. O fato das reservas do óleo no país poderem quintuplicar (dos atuais 14,2 bilhões de barris chegando a 70 bilhões) demonstra que o Pré-sal é um imenso patrimônio do Brasil e que deve servir aos interesses da Nação. Por isso, a UNE volta a mobilizar a sociedade na luta para garantir que a riqueza do Pré-sal fique com o nosso povo. O mote que adotamos é: “Da campanha “O Petróleo é Nosso” ao Pré-Sal: A UNE a favor do Brasil! ””.

Qual é o volume de recursos que essa riqueza representa?

Ainda não se sabe exatamente o quanto em dinheiro poderá ser arrecadado com o Pré-Sal, mas estima-se que o volume poderá multiplicar por 6 (seis) nosso Produto Interno Bruto (PIB), que foi de R$ 2,9 trilhões. Entendemos que com isso o Brasil tem em mãos uma oportunidade ímpar para alavancar um novo desenvolvimento nacional que, na nossa opinião, deve priorizar a elevação da condição de vida do povo brasileiro.

Como os recursos do Pré-sal podem melhorar a vida do brasileiro?

Com a criação de um fundo constitucional, que terá como recurso a arrecadação da União com o Pré-sal e outras áreas estratégicas, e que deve ser destinado para educação, cultura, ciência e tecnologia, meio-ambiente, combate a pobreza e desenvolvimento do país, com percentagem definida por lei para cada área. Este instrumento, além de garantir o investimento em áreas estratégicas, impede o dispêndio desta riqueza com o pagamento da divida pública.

No governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso (FHC), as opções privatistas adotadas influenciaram diretamente na política de exploração do petróleo. Na época, esse setor conservador que governava o país diminuiu a participação da União na Petrobras, restando na mão do Estado brasileiro apenas 39% das ações da empresa. Além disso, retirou o exercício exclusivo do monopólio da União por uma única empresa estatal – só não conseguiram privatizar a Petrobras graças ao combate feito pela UNE e diversos setores da sociedade nesses anos neoliberais.

Quais serão os ganhos para o Brasil como um todo?

A descoberta do Pré-sal abre um novo período do desenvolvimento brasileiro, pois é a oportunidade de se constituir uma indústria nacional forte. Por isso Devemos investir em todo ciclo produtivo do petróleo, que passa pela extração, transporte e refino e outras áreas. A produção de plataformas, navios e a construção de refinarias em nosso país representará ainda uma forte retomada da indústria do ciclo petrolífero, sem contar a criação de milhões de empregos diretos e indiretos.

No atual momento, quando se fala em petróleo, automaticamente se pensa na questão do meio-ambiente. Como vocês estão lidando com o tema ambiental?

Entendemos que esta descoberta ainda deve contribuir para a preservação do meio-ambiente, pois os recursos provenientes do Pré-sal vão servir de instrumento para alavancar o desenvolvimento de energias renováveis. Com dinheiro para investir em modernas tecnologias será possível diversificar ainda mais nossa matriz energética. Esperamos que assim o Pré-sal contribua para colocar o Brasil na ponta da elaboração de energias renováveis.

Qual o foco da campanha da UNE?

Historicamente lutamos pelo avanço da educação e para ampliar os investimentos na área. A União Brasileira dos Estudantes terá novamente papel principal nessa fase. A entidade passa a partir de agora a concentrar toda sua força, com o apoio dos estudantes, na defesa de dois eixos fundamentais:

·        50 % do Fundo do Pré-Sal para educação;

·        Por um novo marco regulatório do petróleo com monopólio estatal.

Consideramos indispensável a aprovação de um novo marco regulatório que garante o controle estatal da produção do petróleo. A idéia é fortalecer a Petrobras, patrimônio conquistado na campanha “O Petróleo é Nosso”, de modo que ela seja a operadora exclusiva do Pré-Sal. O Estado precisa, assim, retomar o capital acionário da empresa, saindo da condição vergonhosa em que se encontra, na qual praticamente 60% de suas ações estão nas mãos da iniciativa privada, em especial do capital estrangeiro. Isso foi fruto da lei do petróleo de 1997, do governo neoliberalista de FHC.

Deve também constar desta mudança da lei do petróleo uma nova divisão da rendas advindas dos royalties e participação especial, garantindo, desta forma, uma redistribuição para todo o país que contribua para a diminuição das desigualdades regionais e para o pleno desenvolvimento da nação. Essa é a proposta da União Nacional dos Estudantes, herdeira e protagonista da luta por um Brasil soberano.

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Pré-sal: “Não se enganem os reacionários”

7 de outubro de 2009

http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/40/para-onde-vai-o-pre-sal/view
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07/10/2009

Pré-sal: ‘Não se enganem os reacionários’

Maurício Thuswohl

Governo quer controle da União sobre novas reservas, criação de fundo para áreas sociais e ambientais e deixa em aberto cotas dos estados e municípios; confira íntegra da entrevista com o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella

Pré-sal: 'Não se enganem os reacionários'

Estrella: ”A Petrobras como operadora isolada do pré-sal assegura que os benefícios dessa riqueza serão revertidosem favor do nosso país” (Foto: Agência Petrobrás)

Ocupar a Diretoria de Exploração e Produção da Petrobras não é tarefa para qualquer um. Responsável por quase dois terços do faturamento da empresa, a “diretoria que fura poço” – como ficou imortalizada nas palavras do ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti – é objeto de cobiça de todos os setores políticos brasileiros. No cargo desde 2003, o geólogo Guilherme Estrella é funcionário de carreira da empresa e tem história como militante do PT e da CUT, razão pela qual a imprensa mal-humorada o identificava como membro da “república de sindicalistas”. Resistente a pressões, o diretor é um dos artífices do planejamento que possibilitará o início da exploração do pré-sal. Pela defesa de maior participação da Petrobras na exploração e do controle estatal sobre o ritmo de produção, Estrella segue causando mau humor a uma parcela dos editores. São cada vez mais raras entrevistas exclusivas como esta, concedida à Revista do Brasil.

Confira também, na edição impressa, reportagem completa sobre o tema.

Qual a importância de a Petrobras estar presente em todos os consórcios de operação da camada pré-sal? A empresa detém tecnologia para operar nas áreas ultraprofundas ou planeja parcerias com outras empresas?

A Petrobras é a maior operadora (perfuração e produção) em águas profundas e ultraprofundas entre todas as empresas petrolíferas mundiais. Detém o mais avançado conhecimento científico sobre as bacias sedimentares brasileiras. Está entre as que mais investem em pesquisa, desenvolvimento e engenharia de exploração e produção de óleo e gás natural. Certamente é a que mais aplica recursos em treinamento, aperfeiçoamento e formação de pessoal próprio, assim como em universidades brasileiras. É a petroleira que mais cresceu em reservas e produção no último quinquênio. Conta com um quadro de geólogos, geofísicos, engenheiros de reservatórios, engenheiros de produção e de profissionais que proveem a base estrutural de nossas operações cuja competência e comprometimento com a empresa é marca internacionalmente reconhecida.
Para qualquer país, a capacitação nacional para explorar as próprias riquezas naturais é produto de um processo permanente, contínuo, ininterrupto de fazer, aprender fazendo, investir e reinvestir os recursos daí provenientes em capacitação, treinamento, formação, desenvolvimento tecnológico e de engenharia industrial dentro do país. Com isso, completa-se o virtuoso círculo de desenvolvimento sustentável, em taxas crescentes. A história destes últimos anos do setor petrolífero mostra com inquestionável clareza que foi a Petrobras a única empresa que exibiu esse comportamento. Logo, para o Brasil e para os brasileiros sua presença como operadora isolada do pré-sal é a única solução que assegura em sua totalidade que os benefícios oriundos da produção dessa riqueza serão revertidos em favor do nosso país. A tecnologia necessária para produzir o óleo e o gás dos campos do pré-sal é totalmente dominada pela Petrobras.

A participação mínima de 30% nas operações foi criticada por alguns setores empresariais privados. Os movimentos sociais, por sua vez, defendem que seja garantido o máximo controle da União sobre o pré-sal. Qual a visão e qual o papel da Petrobras em relação a esse tema?

O percentual mínimo de 30% em qualquer consórcio de E&P (exploração e produção) é um parâmetro que a indústria petrolífera mundial estabelece, aceita para a empresa que detém as operações de E&P dos campos de óleo e gás natural. É o percentual que a própria ANP considera em suas normas para uma operadora nas atuais concessões exploratórias e/ ou de produção em todo o território brasileiro. Se o percentual for menor, e isso se observa na indústria petrolífera mundial, a operadora tende a desviar o foco de seus interesses para áreas em que tem participações maiores e, naturalmente, mais rentáveis.

Há quem afirme que a exclusividade da Petrobras no pré-sal prejudicará a cadeia de fornecedores e comprometerá sua competitividade.

Acontecerá exatamente o oposto. A operação única pela Petrobras dará escala para que se desenvolvam os fornecedores brasileiros em toda a cadeia de E&P. Pela grande abrangência que o conjunto de materiais e equipamentos dessa cadeia produtiva e de engenharia terá, todo o espectro industrial brasileiro, todo o parque de engenharia de projetos e construtiva nacional será concretamente beneficiado. As bases tecnocientíficas e a geração de novos conhecimentos a partir das encomendas que a Petrobras, mesmo antes do pré-sal, colocou no mercado nacional já estão contribuindo muito para que a empresa brasileira tenha a musculatura imprescindível para elevar sua competitividade não só para atender o mercado interno como para inserir-se vantajosamente no conjunto de supridores internacionais da indústria petrolífera.

O Brasil terá capacidade industrial e de mão de obra para atender à demanda da Petrobras com a exploração do pré-sal? Uma matéria publicada em agosto n’O Globo afirma que precisarão ser formados 285 mil trabalhadores para atuar no pré-sal. Como a Petrobras pretende agir para garantir essa mão de obra qualificada em tempo hábil?

As atividades do pré-sal, como está nos projetos de lei enviados pelo governo ao Congresso Nacional, serão desenvolvidas em consonância com o processo de capacitação do parque industrial brasileiro – repito, já em curso a partir da histórica decisão do presidente Lula de construir as plataformas da Petrobras no Brasil. Essa decisão permitirá ao governo planejar estrategicamente o desenvolvimento industrial dentro de uma política de incentivos e apoio à empresa nacional. Afirmar que necessitaremos de 300 mil novos trabalhadores formados é uma total irracionalidade; é afastar-se dos reais interesses nacionais de elevar o emprego, a capacitação e a renda do trabalhador, mola mestra do desenvolvimento e do crescimento do país. Não há nação neste presente momento mundial que conte com essa imprescindível base social e econômica para crescer e desenvolver-se.
Quanto à formação dos trabalhadores, de todos os tipos e qualificações, essa é uma tarefa magna cuja concretização já está em curso através do Prominp e de muitas outras instituições de ensino, formação e especialização brasileiras, públicas e privadas, por todo o território nacional. Não se enganem os reacionários, os negativistas, aqueles que não acreditam na competência e na vontade de fazer dos brasileiros. O Brasil já está dando conta desse recado e vencendo todos esses desafios.

Muito se especula sobre poços secos e uma eventual baixa taxa de sucesso nas prospecções do pré-sal. O que há de verdade nisso?

O que deu motivo ao governo brasileiro para decidir pelo encaminhamento ao Congresso Nacional dos projetos de lei que modificam a atual lei do petróleo, do regime de concessão para o de partilha de produção, foi a concreta perspectiva de que numa certa área do mar leste-meridional brasileiro existem gigantescas reservas de óleo e gás natural cuja exploração apresentou, desde o início das agressivas e custosas iniciativas da Petrobras, a partir de 2004, elevado índice de sucesso em descobertas. Um índice de sucesso que chegou a 90%, enquanto a média mundial gira em torno de 30%. A continuidade das atividades de perfuração da Petrobras, com poços especificamente projetados para testar a presença de hidrocarbonetos na camada pré-sal, tem confirmado amplamente esse histórico e suportado totalmente a decisão do governo brasileiro de modificar o regime de concessão – que tem como pilar básico de racionalidade o risco exploratório – na chamada área de ocorrência do pré-sal.

Como está a negociação em relação ao cluster da Bacia de Santos e a unitização das áreas de produção? Como está a parceria com a ANP para o mapeamento geológico das áreas do pré-sal?

As eventuais áreas de unitização que forem definidas no conjunto de blocos da Bacia de Campos só serão conhecidas nos próximos anos, quando as perfurações e as interpretações geológicas fornecerem dados que concretamente suportem o procedimento, cujo deverá ser efetuado pela ANP. Já tiveram início os estudos geológico-geofísicos básicos – realizados por uma equipe mista de exploracionistas da Petrobras e da ANP –, cuja meta é apontar os mais prospectivos locais para o custoso investimento em perfurações pioneiras nas áreas que pertencem à União, fora, portanto, dos blocos exploratórios já concedidos. Devem prolongar-se por alguns meses. Os profissionais envolvidos nessa tarefa, altamente competentes, trabalham com entusiasmo e dedicação porque têm consciência de que estão realizando algo decisivo para o futuro deste grande país e de seu povo.

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Países sul-americanos poderão cooperar com produção do pré-sal

27 de agosto de 2009

http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/08/27/materia.2008-08-27.0561152991/view
27 de Agosto de 2008

Marco Aurélio Garcia: países sul-americanos poderão cooperar com produção do pré-sal

Ivanir José Bortort e Yara Aquino

Repórteres da Agência Brasil

Brasília – Os países da América do Sul poderão cooperar com o complexo industrial destinado à produção do petróleo do pré-sal, dentro de uma estratégia do Brasil de fortalecimento da economia regional.

A expectativa é do assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, ministro Marco Aurélio Garcia.

Como exemplo, ele diz que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer dar prioridade à indústria naval do continente para atender parte da necessidade de compra de 200 novos navios pela Petrobras.

Em entrevista à Agência Brasil, Garcia também defende a expansão da indústria brasileira nesses países, como forma de reequilibrar a balança comercial, e manifesta a intenção do Brasil de expandir para o Uruguai e Paraguai o mesmo tipo de acordo automotivo feito este ano com a Argentina.

ABr: A descoberta do pré-sal vai implicar alguma mudança nesse processo de integração industrial com os nossos vizinhos. Como o senhor está vendo este processo?

Marco Aurélio: Só para citar um número, a Petrobras terá que encomendar 200 navios. Hoje não há capacidade de produção de 200 navios no mundo, então, o presidente Lula [Luiz Inácio Lula da Silva] tem enfatizado que quer prioridade para a produção disso e de outros componentes ligados a essa gigantesca indústria. Ele quer dar prioridade para o Brasil e para a América do Sul. Então, temos que começar a repertoriar [compilar, formar repertório] completamente o estado da arte da indústria naval argentina, uruguaia, venezuelana, colombiana. Temos interesse em que essa demanda estimule completamente o processo de industrialização ou reindustrialização da América do Sul. Quando começou o governo Lula, a indústria naval estava muito fragilizada. Houve, então, um salto, a partir também das estatais que começaram produzir as plataformas aqui.

ABr: Um modelo desse pressupõe estabilidade econômica, fiscal, ter a regulamentação das legislações?

Marco Aurélio Garcia: A supranacionalidade é uma coisa que normalmente vai sendo aceita, ai é sempre um problema de sensibilidade, e eu acho que sua aceitação maior ou menor está sempre ligada à capacidade que ela tem de resolver os problemas substantivos. Se houver base de supranacionalidade que resolva os problemas das assimetrias, os problemas sociais, que fortaleça a democracia, ela será aceita. Se não for assim, não será aceita. No caso europeu, onde é que esbarraram os mecanismos supranacionais que a União Européia criou? Esbarraram no fato de que alguns países acreditaram que não era uma Europa social, não estavam sendo resolvidos problemas cruciais, estava-se tentando montar uma institucionalidade, uma burocracia. Não sei se é esse, ou não, não quero entrar na discussão dos europeus, mas o que digo é que, de qualquer maneira, quando as populações de alguns países ou de todos não se reconhecem mais nas instituições, isso vale tanto para o ponto de vista nacional como regional.

ABr: Então quer dizer que, do ponto de vista industrial, o Brasil vai ter uma demanda de submarinos, navios, equipamentos etc?

Marco Aurélio: Nós temos interesse de que essa demanda possa estimular, concretamente, o processo de industrialização e de reindustrialização da América do Sul. Do Brasil, evidentemente. Então no fundo, você observa o seguinte: quando começou o governo Lula, o estado em que se encontrava a indústria naval era muito fragilizado. Hoje, houve um salto. A partir de quê? Também das estatais.

ABr: Com essa disponibilidade de energia, a matriz energética também começa a ser revista…

Marco Aurélio: Eu acho que o tema energético tem que ser pensado de forma mais abrangente. Nós vivemos um grande paradoxo na região. A região tem as maiores reservas energéticas do mundo, se você somar o potencial hidroelétrico, petróleo, gás, biocombustíveis, sol, vento, e até nuclear. Então nós temos, sem dúvida, a maior reserva energética do mundo e muito diversificada. Qual é o paradoxo que nós temos aqui? Temos gigantesco potencial energético e temos crise de energia em vários países. Uruguai, que vive sempre no limite, Argentina, no limite, o Chile, o Paraguai, que vivem essa coisa surrealista de ter Itaipu e ter apagão em Assunção, e assim vamos. Então uma das coisas que vamos ter que fazer é buscar soluções coletivas para isso. Coletivas e diferenciadas. Evidentemente o país que tem o maior potencial hidroelétrico do mundo, e isso é seguro, talvez não tenha o maior potencial de combustíveis fósseis, se formos comparar com o que é o Oriente Médio, com o que é a Rússia. Ainda que as descobertas de gás sejam sensacionais, a expansão das reservas venezuelanas e brasileiras também é muito expressiva. Tirando isso, que poderia ser objeto de discussão, do ponto de vista de hidroeletricidade, que é energia renovável, não poluente e barata, nós temos o maior potencial do mundo. No entanto, nós ainda não temos resolvidos os nossos problemas energéticos. Tomemos o exemplo do Brasil. Aqui no Brasil, uma das razões do apagão que houve era a ausência de redes de conexão. Quando as zonas de interconexão se estabeleceram, o governo fez um investimento que praticamente dobrou as ligações de redes no Brasil. Apesar de que aumentou muito o consumo, com o crescimento da economia, que provocou o crescimento do consumo doméstico, cerca de 7 milhões de pessoas que receberam o Luz Para Todos. Mas quando essa rede se estabeleceu, os riscos do desabastecimento diminuíram. Estamos fazendo novos investimentos, que nos garantem elevação do teto de proteção. A mesma situação se coloca para a América do Sul. Se, quando construirmos as hidroelétricas de Madeira [do Rio Madeira: Jirau e Santo Antônio] e outras que venham, se formos fazer uma binacional com os bolivianos e com os argentinos, a de Garabi, tudo isso vai ter uma utilização multinacional. Estamos diante de uma perspectiva de consolidação, de uma espécie de divisão do potencial energético do continente, quer dizer, que cada país tem, como a Bolívia, que tem gás – mas se quiser, pode ter eletricidade – e o Brasil, que não tem tanto, mas tem petróleo suficiente, tem biocombustíveis – o Uruguai está começando a investir em biocombustíveis e agora eles descobriram petróleo. Até porque eu acho que uma das coisas que é interessante é: você veja o tipo de discussão que o pré-sal está produzindo no Brasil. Não é uma discussão ligada, fundamentalmente, à relação de sustentabilidade energética. Não é isso? O que está se discutindo no Brasil exatamente é ‘o que é que nós vamos fazer com os excedentes, qual será a utilização do excedente petrolífero que vai se produzir no Brasil?’ Nós não queremos exportar petróleo bruto. Por isso decidimos construir duas grandes refinarias, uma no Maranhão e outra, no Ceará. que vão se dedicar a exportar gasolina premium para o mundo, para agregar valor. É evidente que nós vamos querer compartilhar com os outros países os investimentos necessários para a produção da exploração do pré-sal, o impacto que isso terá sobre a economia brasileira é gigantesco.

ABr: E aí o senhor acha que fortalece o Mercosul, a visão econômica de região, o senhor acha que isso será um mote para consolidar?

Marco Aurélio: Acho que isso ajudará muito. Não vai nos dispensar de tomar outras medidas, que são claras hoje. Precisamos reforçar a estrutura física, a conectividade entre os países, precisamos reforçar a infra-estrutura energética, porque ela independe do programa do pré-sal. Em terceiro lugar, precisamos fortalecer os mecanismos financeiros, a questão do bloco sul é importante, a quantidade de obras que precisam ser feitas aqui. Precisamos também reforçar as políticas sociais, sobretudo uma série de programas de fronteira que são muito importantes, que beneficiam as populações dos países vizinhos e a nossa também. Vamos ter que pensar, também, em outros mecanismos financeiros, quer dizer, essa experiência que estamos iniciando com a Argentina de comércio em moeda nacional pode se generalizar para os outros países. Há ganhos muito fortes. Por outro lado, precisamos agilizar certos mecanismos de garantia na região. Hoje em dia o problema não é tanto emprestarmos para o país A, B ou C, uma certa quantia para ele realizar uma obra. A negociação das condições, em geral, é um trabalho de engenharia financeira que se resolve rapidamente. O grande problema, muitas vezes, são as garantias. Então como é que se faz. Convênio de crédito recíproco é um mecanismo, conta-petróleo, conta-gás, conta-isso, conta-aquilo. Esse é um problema que nós também precisamos sofisticar mais. Eu diria que, finalmente, haverá, tudo isso, associado a outra coisa, também importante, que é criar mecanismos de compensação das assimetrias.

ABr: Como isso é possível?

Marco Aurélio: Essa institucionalidade se reforça reforçando mecanismos já existentes e criando outros. No caso do Mercosul, nós temos uma estrutura em Montevidéu que é muito frágil. Então ela precisaria ser reforçada, mas consideravelmente, para que pudesse haver, por parte do Mercosul, uma capacidade de iniciativa maior. Agora nós vamos ter um parlamento, que pode ser um elemento importante. Uma particularidade que os países menores, muitas vezes, ficam preocupados, é que o parlamento pode significar uma hegemonia brasileira. Isso é uma bobagem. O Parlamento Europeu não está dominado pela Alemanha, França, Reino Unido ou Polônia, mas em partes e tendências que são partidárias.

ABr: O senhor acha que vamos caminhar por esse modelo?

Marco Aurélio:Eu espero que sim.

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A exploração do pré-sal e o futuro brasileiro

30 de novembro de 2008

Jornal da Universidade

Novembro de 2008

A exploração do pré-sal e o futuro brasileiro

Energia: Especialistas dizem que benefícios vão depender da política adotada pelo governo federal

Paula Vieira


Em novembro de 2007, a Petrobras anunciou a descoberta da primeira reserva do que, mais tarde, viria a público como pré-sal. Com cerca de 5 a 8 milhões de barris de petróleo, o Campo de Tupi, situado a 6 mil metros de profundidade na Bacia Sedimentar de Santos, foi considerado a maior jazida encontrada no mundo desde 2000. Com a possibilidade de uma reserva gigantesca, surgem questionamentos acerca dos problemas e benefícios que a descoberta pode trazer ao país.

Há 120 milhões de anos, quando América do Sul e África estavam em vias de separação, o Atlântico Sul começou a se formar e com ele o pré-sal. Fendas geradas a partir da divisão dos dois continentes acumulavam água do oceano que, ao passar para o estado de vapor, deixava sobre as rochas camadas de evaporito, popularmente conhecido como sal. Exposta a altas temperaturas e grande pressão, a matéria orgânica que se encontrava abaixo da camada de sal transformou-se em combustível fóssil. Com o passar do tempo, outros sedimentos foram se depositando sobre o evaporito e compondo o relevo submarino brasileiro. As altas temperaturas e a grande pressão desse depósito transformaram a matéria orgânica abaixo do pré-sal em combustível fóssil. Segundo o doutor em Geociências e professor da UFRGS Michael Holz, “geólogos afirmavam haver petróleo nessa camada há muito tempo, mas era complicado fazer um estudo. As reservas se encontravam a grandes profundidades, podendo chegar a mais de 7 mil metros, e, na época, poucos países tinham acesso à técnica de prospecção rochosa necessária. Hoje, a Petrobras é uma das poucas companhias que domina esse tipo de tecnologia”.

Estimativas da empresa apontam que, ao longo da faixa que se estende do litoral do Espírito Santo a Santa Catarina pode existir de 70 a 100 bilhões de barris de óleo leve (petróleo que necessita de pouco refinamento), além de reservas de gás natural. Nessa perspectiva estão englobadas duas bacias sedimentares: Campos e Santos. Para o professor Holz, “existem muitas áreas com rochas reservatórios abaixo da camada de sal. O que fará com que ainda leve um bom tempo até que o mapeamento bacia por bacia seja completado e se saiba, com precisão, a quantidade e as áreas onde está localizado o combustível. Só então a explotação (retirada de petróleo) poderá iniciar”.

Brasil potência — Antes da descoberta do pré-sal, as jazidas brasileiras comportavam cerca de 14,4 bilhões de barris, índice que deixava o país na 24ª posição no ranking das nações com reservas de hidrocarbonetos. Caso as estimativas se confirmem, teremos um total de 100 bilhões de barris em nossas reservas.

O petróleo é considerado por muitos uma “bênção-maldição”. Dependendo de como seu lucro é gerido, pode ajudar na solução de problemas sociais ou levar as nações ao caos e à miséria, como ocorreu em alguns países da África e Oriente Médio. Essa é a visão do mestre em Relações Internacionais pela UFRGS, Lucas Kerr de Oliveira: “Petróleo não deixa nenhum país rico automaticamente, mas seu uso planejado tornou alguns países muito prósperos”. Para o professor da Faculdade de Ciências Econômicas Luiz Miranda, “não é apenas uma quantidade maior de renda que vai gerar renda. A distribuição já é possível com o que se tem hoje, mas precisa haver interesse em se fazer isso”.

Com o pré-sal, o Brasil pode não só se tornar auto-suficiente, como também exportar óleo refinado e derivados. No entanto, Oliveira lembra que a exportação excessiva de commodity, como o petróleo,pode gerar sérios problemas ao país como a supervalorização cambial, conhecida como “mal holandês”. A valorização excessiva do real poderia baratear as importações e prejudicar os setores produtivos, provocando até a desindustrialização do país. O professor acrescenta que, se souber utilizar esses recursos para ampliar suas capacidades política, militar, econômica e cultural, o Brasil poderia se tornar uma potência. “Contudo, isso vai depender da capacidade do governo em gerenciar os recursos estratégicos do país, mantendo a soberania sobre os mesmos. Se a gente permitir que as grandes corporações decidam tudo, vamos continuar concentrando poder e renda e gerando desigualdades cada vez maiores.”

Desafios da prospecção

Quando se fala em prospecção em alto mar, logo vem à cabeça grandes acidentes, como a explosão na plataforma P-36 que matou 11 operários da Petrobras, em 2001. Eduardo Guimarães Barboza, professor do Instituto de Geociências com atuação nas áreas de Estratigrafia e Sensoriamento Remoto, alerta para o fato de que um acidente ocorrido próximo à região costeira gera impactos ambientais significativos, já que atinge uma biota (fauna e flora de uma determinada área) muito mais rica, além do recolhimento do óleo ser mais trabalhoso. Mas acredita que as possibilidades de impactos ambientais diminuem na extração da camada pré-sal.

O doutor em Engenharia Metalúrgica e de Materiais, Telmo Roberto Strohaecker, concorda com a observação do colega: “A meta da Petrobras é vazamento zero. Em caso de vazamento, as válvulas são fechadas automaticamente. Ninguém quer perder óleo.”

Porém, o que mais preocupa as empresas petrolíferas não é a lâmina de água, mas transpassar a camada de sal. Conforme o professor Barboza, o sal possui um comportamento plástico, não é rocha completamente sólida. “Quando a broca perfura o sal, a tendência é que o buraco se feche em função da grande pressão”, esclarece o geólogo. Além disso, as camadas não são contínuas. Há barreiras entre elas, uma vez que as rochas que compõem os reservatórios estão encaixadas em “depressões”- explica Barboza, acrescentado que cada campo de petróleo é formado por diversos reservatórios. “Não há possibilidade de furar em um ponto específico e drenar toda a área” – afirma o pesquisador.

Telmo Strohaecker ressalta que a prospecção desgasta equipamentos e demanda investimentos tecnológicos significativos. Segundo ele, qualquer operação de sondagem envolve custos de milhões de dólares, o que acaba exigindo grande precisão durante o mapeamento.
Eduardo Barboza acredita que explorar as reservas do pré-sal é possível não apenas em termos tecnológicos. “Pelo preço elevado do barril de petróleo, hoje a extração tornou-se rentável. Se o preço caísse para, por exemplo, o valor de dez anos atrás, a Petrobras não iria explotar os reservatórios abaixo do sal.”

Professores apontam dificuldades na criação de nova estatal

Até 1997, a União monopolizava as atividades que envolviam petróleo e gás natural no país, com a Petrobras exercendo com exclusividade, além da exploração e produção, o refino, o transporte, a importação e a exportação de combustível fóssil. Com a promulgação da Lei do Petróleo, o governo federal passou a estabelecer contratos com empresas estatais e privadas para a realização dessas atividades. Atualmente, o modelo adotado pelo Brasil é o de concessões, em que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), órgão regulador, promove estudos para delimitar em blocos parte de uma bacia sedimentar. Em seguida, essas áreas são leiloadas em rodadas, nas quais empresas privadas podem adquirir blocos por licitação, para a exploração e a produção de óleo e gás. A Petrobras, como uma empresa de capital misto (público e privado), não possui nenhum privilégio nessas licitações.

Em 2007, o Conselho Nacional de Política Energética determinou que fossem retirados 41 blocos da 9ª rodada de licitações, todos com potencial de produção na camada pré-sal. A resolução também exigiu uma avaliação das mudanças necessárias no marco legal, contemplando um novo paradigma de exploração e produção de combustível fóssil.

Sem uma decisão oficial da comissão interministerial formada pelo Executivo para discutir o assunto, surgiram especulações sobre a criação de uma nova estatal para cuidar da exploração das jazidas a serem descobertas.

Sobre essa possibilidade, os especialistas da UFRGS foram unânimes: não acreditam ser possível a construção de uma nova empresa. Para o professor de Engenharia Telmo Stro-haecker, levaria muito tempo até que a companhia desenvolvesse tecnologia a ponto de ser reconhecida no mercado internacional. Eduardo Barboza, docente do Instituto de Geociên-cias, acha que o primeiro problema seria a falta de mão-de-obra qualificada.

Luiz Miranda, economista e professor da Faculdade de Ciências Econômicas, diz que o correto seria fortalecer a Petrobras, aumentando a participação do governo na empresa através da compra de ações ou da estatização da mesma. E questiona o modelo de concessões, afirmando que o petróleo é estratégico e não deveria ser tratado como mais uma commodity em mercado. “Os setores conservadores da sociedade brasileira defendem o modelo norte-americano, esquecendo que as empresas privadas são norte-americanas. Dessa maneira, nação e capital privado não têm dissonância quanto aos interesses estratégicos do país.” O professor substituto do Departamento de Ciência Política da UFRGS, Lucas Kerr Oliveira concorda  e propõe a adoção do modelo norueguês, no qual o governo tem participação acionária em todas as empresas petrolíferas atuantes em seu território. Para Oliveira, outra solução seria criar um fundo para as gerações futuras, que recolheria uma taxa sobre a exploração de petróleo para reinvestir na pesquisa de novas fontes de energia. “É quase imoral explorar um recurso tão rico sem deixar nada para as próximas gerações”, conclui.

Paula Vieira, estudante do 3º semestre de Jornalismo da Fabico – especial para o Jornal da Universidade


Jornal da Universidade, UFRGS,  nº 113, ano XII, Novembro de 2008, p. 5.

http://www.ufrgs.br/comunicacaosocial/jornaldauniversidade/113/pagina5.htm